No Brasil não há leões
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Sinopse
O elevador caiu. Os corpos ainda não arrefeceram, mas a família desfaz-se. O luto não é só perda - é também libertação, é fuga, é abandono. E, para uma criança, pode ser o fim decisivo da inocência.
Quinze anos depois, é nos fragmentos difusos de uma infância marcada pelo medo que o narrador, agora adulto, tenta dar forma ao seu trauma e compreender quem se tornou. Nesta dolorosa narração, há lapsos, imagens que se repetem, detalhes que só mais tarde ganham significado. Nenhuma pedra fica por virar: o abuso, tão difícil de nomear; a violência, por vezes física, quase sempre emocional; e o abandono, sempre o maldito abandono, vindo de quem nunca deveria ter ousado pensar em partir.
«Olho essa violência de frente, defino-a em rigor, nomeio-a, dou-lhe a minha voz para que ninguém faça dela a sua fala. Feito em pedaços de pedra, é a mim que a minha dor pertence.»
Uma nova voz na literatura portuguesa - urgente, inconfundível. Álvaro Curia está de regresso com um romance em que a escrita é ferida, denúncia e salvação.
Detalhes
- Título Original No Brasil não há leões
- Categoria Ficção
- Sub-categoria Romance Contemporâneo
- ISBN 9789899254350
- Nº de Páginas 216
- Data de Lançamento 9/2025
- Dimensões n/a
- Formato Capa Mole
- Peso 100g
Citações
- «O acidente que vitimou os meus avós, nessa tarde, encerrou o tempo de terror que vivi em criança, deu-lhe desenlace trágico, término em choque, mas sobretudo reenquadrou o medo, claque, e a cena fechou-se, abra se novo cenário e retome a criança as falas.»
- «Não me foram dados todos os detalhes, e é também desse território que parto para recordar os anos do pânico. Eu estive lá e não estive, eu era criança, não podia entender tudo. Ouvia vozes ao alto, percebi escuridão posta nos olhos, mas que, com espanto, se desvaneceu ao ritmo de uma música corridinha, disco posto na rotação errada.»
- «O desaparecimento dos meus avós, em vez de abalar ainda mais uma família em escombros, trouxe o alívio de nos permitir finalmente abandonarmo-nos uns aos outros.»
- «O seu silêncio era o de o início de uma invasão. Eu sabia que não estava atento aos outros porque, desde que nos sentávamos, observava-me na mesma medida em que eu o observava a ele. Nunca cessaram, esses encontros, e por vezes apenas intuíamos que nos olhávamos.
Críticas
- «O Álvaro Curia confirma a maravilha de sua presença nas novas letras portuguesas. Linguagem e imaginação, profundidade e intensidade. Todas as gerações se garantem com autores assim.»Valter Hugo Mãe