Sinopse
«Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente enm comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam; deixo ao que fazem os que conversam nas aulas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo os meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paidagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.» Bernardo Soares, semi-heterónimo de Fernando Pessoa, é o autor deste segundo volume de O LIVRO DO DESASSOSSEGO. Pessoa dizia que Soares era muito semelhante a Álvaro de Campos, mas só aparecia quando se encontrava muito sonolento ou cansado. Em tudo ele era Pessoa, porque, embora não diferente de si também não era igual, era sim, uma mutilação da personalidade do autor. Soares era Pessoa sem o raciocínio claro e a afectividade.
Detalhes
- Título Original LIVRO DESASSOSSEGO - II
- Categoria Ficção
- Sub-categoria Clássico
- ISBN 9789722313759
- Nº de Páginas 275
- Data de Lançamento 10/1991
- Dimensões 225 x 155 x 17 mm
- Formato Capa Mole
- Peso 412g