«Cidade de Espiões», o novo thriller passado em Lisboa durante a Segunda Guerra Mundial
Diplomatas, membros de famílias reais exiladas, refugiados, empresários e muitos espiões. Era assim a Lisboa da Segunda Guerra Mundial, a capital de um país europeu neutro — que ainda assim tinha interesses de ambos os lados. Foi essa linha ténue de intriga internacional que serviu de inspiração para “Cidade de Espiões”, o livro de estreia de Mara Timon.
A primeira obra da autora nova-iorquina radicada em Londres chegou às livrarias portuguesas no início de junho. A edição nacional, da Editorial Presença, tem 400 páginas e está à venda pelo preço recomendado de 19,90€.
A protagonista é a agente especial Elisabeth de Mornay, que foge de Paris, em França — perseguida pela Gestapo — em direção à capital portuguesa, território neutro onde a elite europeia convive lado a lado com diplomatas, homens de negócios, ladrões e espiões, como descreve a sinopse. Tudo se passa em 1943.
Elisabeth recebe uma nova identidade e novas ordens. Assumindo o nome de Solange Verin, abastada viúva francesa, tem de se infiltrar numa célula alemã que visa atacar navios dos Aliados, antes que mais militares britânicos sejam assassinados.
Com um oficial da Gestapo à sua procura, o perigo aumenta enquanto se aproxima da verdade. “Elisabeth está determinada, mas haverá alguém em quem possa confiar, numa Lisboa em que ninguém é quem diz ser?”, acrescenta a descrição oficial da narrativa do livro.
“‘Cidade de Espiões’ foi inspirado por um amigo meu português [Sérgio Vieira] que sugeriu que eu olhasse para a história de Lisboa durante a guerra. Eu não sabia muito sobre o que estava a acontecer em Portugal na época, e quanto mais pesquisei sobre o assunto, mais fiquei intrigada”, disse Mara Timon numa entrevista. “Redes de espionagem operavam a partir do porto, volfrâmio era contrabandeado, e Salazar caminhava por uma linha estreita de neutralidade. Achei que conseguia trabalhar com isso.”
Para preparar a construção da história, Mara Timon visitou Lisboa — e no final do livro tem mesmo algumas páginas dedicadas à capital portuguesa, onde destaca a viagem pelo elétrico 28, o Castelo de São Jorge, o fado nas ruas de Alfama, e momentos que passou no Bairro Alto, no Chiado, em Belém e na Linha de Cascais.
Mara Timon diz que a história em si de Elisabeth de Mornay é inspirada nas vivências de várias agentes femininas desta altura — mas que não foi influenciada por nenhuma em particular. Muitos leitores têm elogiado o facto de ser uma protagonista mulher com uma grande força e determinação.
A autora cresceu a ler livros policiais e de história, muitos deles recomendados pelo pai, a quem agradece bastante em “Cidade de Espiões”. O seu próximo trabalho terá um tema idêntico: vai passar-se em 1944, em França, e centra-se em três agentes mulheres que têm como missão desestabilizar as operações alemãs na Normandia, na antecipação do famoso Dia D.
Artigo retirado de NiT